quarta-feira, 16 de setembro de 2009

RESPOSTA A PERGUNTA DE FLAVIA PONTES OGGIANO - MARICÁ - RJ

"1822-1922"
Por que o Centenário da Independência não tem destaque nas publicações sobre a República e nos livros didáticos?

A pergunta é muito interessante, pois se relaciona com episódios pouco conhecidos e convida a uma reflexão a respeito dos procedimentos de construção do saber histórico. Em 1922, ocorreram acontecimentos marcantes da história republicana, como a crise política e militar que envolveu a eleição e posse de Arthur Bernardes à presidência; o surgimento do Partido Comunista Brasileiro; e a Semana de Arte moderna, considerada ainda um dos marcos da história cultural do país. As repercussões posteriores e a complexidade das circunstâncias da década de 1920 acabaram chamando mais a atenção dos historiadores do que os festejos de Centenário da Independência, a despeito dos contemporâneos valorizarem essas festividades e haver envolvimento popular nos preparativos que vinham se desenvolvendo no Rio de Janeiro e em São Paulo, desde pelo menos 1916. Entretanto, em função do debate historiográfico e da renovação dos estudos da história política, aspectos aparentemente menos importantes para a reconstituição das relações sociais e de poder adquiriram nos últimos anos enorme relevância e se tornaram objetos de análise. Assim, desde os anos 1990, o Centenário de 1922 transformou-se em tema de investigação, explorando-se não só a programação dos festejos e o que representou em termos políticos e historiográficos, mas principalmente as peculiaridades dos conhecimentos produzidos nesse período sobre a Independência e o passado colonial.

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Professor Jorge Luiz Oliveira