quinta-feira, 6 de agosto de 2009

FOTO DO MÊS DE AGOSTO - 55 ANOS DO SUICÍDIO DO PRESIDENTE GETULIO VARGAS
















Em 5 de agosto de 1954, o líder da oposição ao governo de Vargas, Carlos Lacerda foi vítima de um atentado, ocorrido na rua Toneleros, em copacabana, Rio de Janeiro. Lacerda escapou com vida, com um tiro no pé, mas o major Rubem Vaz, que o acompanhava, morreu.
As investigações posteriores ao crime, conduzidas pela aeronáutica, indicavam que o assassino cumpria ordens de Gregório Fortunato, chefe da guarda presidencial.
As notícias sobre o crime da rua Toneleros tiveram grande repercussão na imprensa antigetulista. A oposição multiplicava os ataques ao governo federal e tramava derrubar o presidente.
Nos dias 22 e 23 de agosto, manifestações de oficiais militares exigiram a renúncia de Getulio Vargas, que se recusava a deixar o cargo, embora não tivesse condições para reagir. Isolado politicamente, escreveu uma carta-testamento ao povo brasileiro e, em seguida, suicidou-se com um tiro no coração.
CARTA TESTAMENTO - 24 DE AGOSTO DE 1954
Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam-se, não me dão o direito de defesa.
Depois de decênios de espoliação dos grupos econômicos financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei um regime de liberdade social. Tive que renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalhador. A Lei de Lucros Extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário minímo se desencadearam os ódios.
Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora resistindo a uma agressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco.
Meu sacrifício vos manterá unidos e meu sangue será a vossa bandeira de luta.
Ao ódio respondo com o meu perdão. Aos que pensam que me derrotaram, respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e agora me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não será mais escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço de seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calunia não abateram o meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.

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Professor Jorge Luiz Oliveira